Louco Abreu

Brasilidades] Ira de Louco Abreu faz bem ao futebol brasileiro

Por Rafael Santos | Futebol Cinco Estrelas – 6 horas atrás

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Loco Abreu mostra vontade de vencer incomum nos dias de hojeGosto muito de Loco Abreu. Não apenas pelo seu futebol, mas também pelo personagem que é.  Um dos poucos atletas com opiniões claramente formadas e que não tem medo de peitar técnicos, jornalistas ou quem quer que seja quando se sente desrespeitado. Em suma, o uruguaio 'tiene cojones' e sua peleja com a torcida do Flamengo no duelo contra o Figueirense é, na minha opinião,  a imagem da rodada do Brasileirão.

Vamos aos fatos para quem ainda não entendeu o caso: Loco Abreu é ídolo do Botafogo,  mas foi emprestado ao Figueira por ter muitas divergências com o atual treinador da equipe, Oswaldo Oliveira. Jogando pelo seu atual time contra o Flamengo, o uruguaio foi o alvo preferido dos rubro-negros que assistiam sua equipe bater o clube de Santa Catarina. Loco levantou a camisa do Figueira para mostrar a que sempre usa por baixo, que traz imagens de sua família e os escudos do time que passou. Não se fez de rogado e ainda beijou o símbolo do rival do Flamengo diante da torcida.
Ouvi muitos comentários de que o uruguaio faltou com respeito ao seu atual time. Uma grande bobagem, já que o que Loco Abreu fez no Botafogo não pode ser apagado. Ele está certo em assumir sua identificação com o alvinegro carioca. É o seu sentimento. Jogadores de futebol são pessoas e alguém tem que se opor a patrulha idelógica que faz de atletas meros fantoches de  torcedores imaturos e parte da imprensa que é hipócrita. Loco Abreu não precisa provar nada para ninguém, mas ainda exibe espírito de luta  pouco visto no futebol moderno. É anacrônico e, por isso, acredito que muita gente gostaria de ter o craque em seu time.  Apesar da vitória do Flamengo por 2 a 0 e a quebra do jejum de gols de Vágner Love, o clube mais popular do Brasil e o artilheiro do amor foram meros coadjuvantes. A noite foi de Loco Abreu. Simplesmente por ser ele mesmo.
O pentacampeão Felipão também foi um dos grandes personagens da rodada. Ele completou nada menos que 400 jogos no Palmeiras. Marca expressiva  que deixa claro a sua importância para o Palmeiras e também para o futebol brasileiro. Basta dizer que Barcos foi um dos poucos pedidos seus atendidos pela direção alviverde. E o atacante argentino fez dois gols fundamentais para a vitória diante do Botafogo de Seedorf. O craque holandês, por sinal, jogou muito bem  e dá sinais de que está cada vez mais adaptado ao país.  Mas nem todo o brilho de Seedorf foi suficiente para evitar a vitória do Verdão por 2 a 1, em pleno Engenhão.
Em jogo até bem disputado,  o Internacional abusou da falta de pontaria e empatou em casa com o Náutico. Quem também tropeçou foi o Corinthians que recebeu o Dragão em pleno Pacaembu e teve que se contentar com um 1 a  1 com gosto de derrota. São Jorge, dessa vez, não levou a melhor.
Pior do que empatar em casa é perder. E o torcedor do Sport sabe bem o que é isso. O time recebeu o Vasco e o ex-prata da casa Juninho (agora ídolo do Gigante da Colina) foi fundamental para o triunfo carioca por 2 a 0. O clima na capital pernambucana deve continuar ótimo como sempre, nuvens densas só mesmo na Ilha do Retiro. O Vasco segue colado no Galo.
Em Salvador, o  Bahia contou com apoio de sua torcida, mas ainda assim não conseguiu bater a Portuguesa em duelo que terminou empatado em 0 a 0.
Inspirado, Galo segue na ponta da tabela do Brasileirão
Na quinta-feira, o Galo que teve a boa sequência quebrada pelo absurdo adiamento do jogo contra o Flamengo pela CBF mostrou porque é o líder do Brasileirão. O time de Cuca enfrentou o valente Coritiba com gana de vencer e foi premiado pelo gol de Réver. 1 a 0 e lua de mel garantida com a torcida.
Em Campinas, o Grêmio até que jogou melhor, mas teve que se contentar com o empate em 0 a 0 com a Ponte Preta. No Rio de Janeiro, o Fluminense foi para cima e quebrou a boa série do São Paulo com Rogério Ceni. Placar justo de 2 a 1 para o Tricolor carioca.
* O Leitor Júlio César me alertou que não comentei a partida entre Santos e Cruzeiro.  Vamos lá: apesar do planejamento ruim da diretoria do Peixe, um time recheado de meninos da Vila e a volta de um ou outro jogador mais experiente mostrou ser capaz de honrar a tradição do clube. Venceu merecidamente o Cruzeiro.
Craque da rodada: Loco Abreu. Além de craque tem gana de vencer.
Pereba da rodada: Defesa do São Paulo.  Nem Ney Franco e nem a volta de Rogério Ceni conseguiram tornar o sistema defensivo tricolor mais sólido. Sorte de Fred e companhia.