Londres, dia 8: um sábado diferente para Oscar Pistorius e Fabiana Murer
Sul-africano é o primeiro biamputado a disputar os Jogos. Brasileira tem nova eliminação marcante no salto com vara
semifinais dos 400m (Foto: Reuters)
Deve ser uma farsa mundial, uma pegadinha do COI, um complô orquestrado por vários atores – tipo naquele filme “Show de Truman”. É bonito demais para ser verdade. É absurdo demais. Parece ficção. Jorge Luis Borges não acreditaria que o sul-africano, com o 16º melhor tempo, competindo com próteses, conseguiu classificação às semifinais dos 400m em Londres neste sábado – o dia em que se tornou o primeiro biamputado da história a disputar uma edição dos Jogos Olímpicos.
Esquenta o atletismo em Londres
- Foi culpa minha. Fui muito mal nos meus saltos. (...) Tentei fazer o que eu podia, mas não adiantava me jogar no último salto e me machucar – disse ela.
O segundo dia de atletismo trazia a tiracolo uma esperança de medalha para o Brasil, embora não fosse exatamente simples. Mauro Vinícius da Silva, o Duda, foi para a final do salto em distância com a melhor marca das semifinais. Mas não conseguiu repetir o desempenho na etapa derradeira da disputa. Com 8,01m, ficou em sétimo. Fez dez centímetros a menos do que um dia antes. É um nome promissor para o Rio 2016.
Nos 100m rasos, Rosângela Santos foi a primeira brasileira a alcançar as semifinais, mas não conseguiu passar dali. Fez a prova em 11s17, contra 11s07 do dia anterior. Pela manhã, Keila Costa, no salto triplo, ficou em 20º.
Outros dois brasileiros deram provas de resistência. Pâmella Oliveira, no triatlo, sofreu um tombo feio quando liderava o pelotão. Com a mão ensanguentada e as pernas doloridas, se levantou e foi até o final. E cruzar a linha também foi uma obsessão para Caio Bonfim na marcha atlética. Ele passou mal durante a prova. Vomitou. E seguiu mesmo assim. Fez os últimos 100m chorando.
(Foto: Agência Reuters)
Em outras provas, pintaram campeões. E com a Jamaica, de Usain Bolt, bem representada. Shelly-Ann Fraser completou os 100m para mulheres em 10s75. Ficou à frente da americana Carmelita Jeter e de outra jamaicana, Veronica Campbell-Brown.
Os donos da casa também comemoraram. A queridinha dos britânicos, Jessica Ennis, confirmou a conquista do heptatlo ao ser ovacionada pelo público e chegar na frente nos 800m. A prata ficou com a russa Tatyana Chernova, e a ucraniana Lyudmyla Yosypenko foi bronze.
Nos 10.000m para homens, outro ouro para a Grã-Bretanha, mas graças a um somaliano. Mo Farah, que deixou a África quando tinha oito anos, fechou a prova em 27m30s43. A prata ficou com o americano Galen Rupp, e o bronze, com o etíope Tariku Bekele.
O dia do Brasil em Londres
Honduras (Foto: Agência AP)
No vôlei de praia, uma notícia boa e outra ruim. Alison e Emanuel voltaram a vencer e garantiram vaga nas quartas de final do torneio masculino. Bateram a dupla alemã formada por Erdmann e Matysik por 2 sets a 0 (21/16 e 21/14). Já Maria Elisa e Talita foram batidas pelas tchecas Kolocova e Slukova por 2 sets a 1 (21/16, 20/22 e 15/9) e estão fora dos Jogos.
O boxe seguiu o tom do vôlei de praia e apresentou altos e baixos. Everton Lopes, campeão mundial da categoria até 64kg, foi derrotado pelo cubano Roniel Iglesias Sotolongo e acabou eliminado dos Jogos já na estreia. Por outro lado, Yamaguchi Falcão passou pelo chinês Fanlong Meng nas oitavas de final do meio-pesado.
Vitória também no vôlei. O dia brasileiro foi fechado com o triunfo de 3 sets a 2 do time de Bernardinho sobre a Sérvia. Os europeus chegaram a abrir 2 a 1, mas o Brasil buscou a virada e ganhou a partida, com parciais de 22/25, 25/15, 20/25, 25/22 e 15/9. A classificação está garantida.
Já nas águas a expectativa é pela cor da medalha que Robert Scheidt e Bruno Prada ganharão neste domingo, na classe Star. Enquanto isso, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan venceram a quarta regata na 470 e pularam para a quinta colocação ao fim do dia. Estão a 16 pontos perdidos das líderes, Jo Aleh e Olivia Powrie, da Nova Zelândia. Já Adriana Kostiw foi mal em seu último dia de competição na Laser radial e deixou os Jogos com a 25ª colocação. Patrícia Freitas também teve um sábado negativo e caiu para o 15º posto na RS-X. Ricardo Winicki, o Bimba, é décimo na RS-X, e Bruno Fontes se despediu da Laser com o 13º lugar.
É a mesma posição final de Fabiane Beltrame e Luana Bartholo no remo. Elas venceram a final C no duplo skiff leve, mas ficaram sem medalhas em Londres.
Na, na, na, na-na-na-na
britânica no ciclismo (Foto: Agência Reuters)
Enquanto isso, Michael Phelps se despedia. E com ouro, claro. O atleta mais vitorioso da história das Olimpíadas deu adeus às piscinas (é o que ele garante) neste sábado com mais uma vitória, a dos 4x100m medley. Assim, fechou sua história olímpica com inacreditáveis 22 medalhas – 18 delas de ouro (para se ter uma ideia, o Brasil tem 24 ouros em todas as Olimpíadas). Em Londres, ficou em primeiro em quatro provas e terminou em segundo em outras duas.
(Foto: Getty Images)
Vitória dos Estados Unidos também no basquete, mas no sufoco. Os astros da NBA tiveram que suar. Sofreram para vencer a Lituânia por 99 a 94.
Falando em sofrer, lembra daquela jogadora britânica de hóquei que fraturou o rosto ao levar uma tacada de uma japonesa? Pois ela já voltou a jogar. Após passar por cirurgia, Kate Walsh atuou com uma proteção na derrota de 2 a 1 para a China. Detalhe: uma colega dela, Anne Panter, foi atingida na bochecha por uma bolada e começou a sangrar. Mas com ela a situação foi menos grave. No segundo tempo, ela já estava de volta à partida.
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