Técnicos desfilam seus estilos à beira do campo
Veja como se vestem os treinadores de algumas das principais seleções do Mundial da África do Sul
Deborah Bresser, iG São Paulo | 20/05/2010 08:53
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Agasalhos de ginástica para uns, terno e gravata para outros, o dress code dos técnicos oscila entre o look esportivo e o social, com algumas misturas entre os dois, que nem sempre dão certo. Uma olhada nas escolhas de alguns profissionais revela quem tem potencial para fazer bonito na beira do gramado. E aqueles que, para o bem da moda, deveriam ficar confinados nos vestiários. Confira!
Bob Bradley, técnico dos Estados Unidos
Foto: Agências internacionais Ampliar Bob Bradley, técnico dos Estados Unidos, segura com elegância o estilo esportivo
Todinho dedicado ao patrocinador de sua equipe, Bob Bradley segura com elegância o estilo esportivo de grife na beira do gramado. A camiseta para dentro do agasalho não é o mais indicado, mas em se tratando de um cara de pouca barriga, voilá, vamos admitir que não fica assim tão cafona. Caso mantenha a pose na Copa, pode garantir uma boa classificação entre os bem-vestidos da competição.
Diego Maradona, técnico da Argentina
Foto: Agências internacionais Ampliar Para o "professor" Diego Maradona, um casaco na altura do quadril seria mais indicado
Alguém, por favor, pode avisar Dieguito que ele pode ter sido um gigante em campo, mas é um homem no diminutivo quando o assunto é tamanho? As roupas precisam ser adequadas à estatura e, definitivamente, esse modelito de inverno do técnico argentino – que foi um dos maiores craques que o mundo já viu em campo - , definitivamente, o transformam no verdadeiro Dunga, não o técnico do Brasil, mas o anão da Branca de Neve cujos trajes sempre ultrapassam o tamanho da pessoa e se arrastam pelo chão. Um casaco na altura do quadril seria mais indicado.
Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, técnico do Brasil
Foto: Agências internacionais Ampliar Dunga não é 100% elegante, mas sem dúvida fica à frente dos seus antecessores
Quem viveu, viu as tentativas de Dunga para se transformar em um técnico fashion, com alguns escorregões inesquecíveis, como uma tal de gola role (aquela que escala o pescoço e vem até perto do queixo), usada com paletó. Ele não é 100% elegante, mas sem dúvida fica melhor do que seus antecessores, que preferiam aqueles agasalhos de quem gosta de criar o bicho solto, e ficavam ainda mais medonhos em campo. Dunga pelo menos arrisca um look casual. Camisa listrada, calça de sarja, blazer de veludo, sapato e cinto pretos. Poderia até funcionar, mas falta uma harmonia de cores. E o calçado carece de atualização. Sapato social preto com roupa casual não cai bem. Mas é aquilo: o que todo mundo espera dele é a taça. A roupa que se lasque...
Marcello Lippi, técnico da Itália
Foto: Agências internacionais Ampliar Marcelo Lippi honra o posto de técnico italiano e mostra segurança fashion total e absoluta
Seguindo a tradição, o técnico da espantosamente bonita seleção italiana – que, de longe, é a equipe com mais homens bonitos por metro quadrado em campo -, é um exemplo de sofisticação. Dos cabelos brancos bem cortados e penteados, passando pelos óculos, de armação clássica e adequados ao formato do rosto, Marcello Lippi demonstra segurança fashion total e absoluta. A camisa com gravata, a calça social, o sapato de design irreprensível, ganham a companhia de uma jaqueta mais esportiva, mas que casa com o conjunto e aquece o senhor Lippi com uma categoria absurda. Stephano Dolce e Domenico Gabbana, da Dolce & Gabbana, são os estilistas que vestem a seleção italiana, o que explica boa parte do sucesso do figurino dos atletas. Lippi, tudo indica, também faz parte deste time.
Marcelo Bielsa, técnico do Chile
Foto: Agências internacionais Ampliar O agasalho de Bielsa dá a impressão que ele vai direto do gramado para a cama
A combinação de cores do agasalho esportivo do técnico da seleção do Chile, seguindo as cores da bandeira do país, é imponente, mas a modelagem do conjunto peca pelo excesso de tecido. Muitas dobras extras, muito pano para manga, para a barra, para o comprimento da blusa. Dá certa impressão de que ele vai sair diretamente do campo para.... a cama! Pijama feelings! Não pode, Bielsa. Um modelo mais ajustado cairia melhor.
Milovan Rajevac, técnico de Gana
Foto: Agências internacionais Ampliar Técnico do Gana opta por um visual atlético, mas sem nenhuma afetação
Veja como é simples não errar: uma calça esportiva com bom corte, uma camiseta polo (no caso, da Puma) de cor intensa, e um tênis imponente, seguindo as cores do look. O técnico da seleção de Gana mandou bem, optando por um visual atlético, mas sem afetação. Nada sobrando, nem faltando.
Ottmar Hitzfeld, técnico da Suíça
Foto: Agências internacionais Ampliar Se Hitzfeld não exibe um modelo incrivelmente bem cortado, também não ofende ninguém
A despeito da cara de bravo do senhor Hitzfeld, no quesito figurino ele não pode despertar a ira dos fashionistas. Faz parte do time dos que preferem terno e gravata na beira do gramado, e, se não exibe um modelito incrivelmente bem cortado, também não ofende ninguém. A gravata está um pouco larga para os padrões atuais, mas é abusada na cor. Ponto para o Hitzfeld.
Pim Verbeek, técnico da Austrália
Foto: Agências internacionais Ampliar Ao usar um agasalho do tamanho adequado, Verbeek já fica acima da média dos técnicos
Chuteira nos pés, Pim Verbeek segue a cartilha do look esportivo dentro de campo. No seu caso, o agasalho do patrocinador caiu bem e está do tamanho adequado – pode parecer pouco, mas em se tratando de técnicos de futebol, é um quesito importante a ser considerado. O bonezinho completa a boa produção.
Raymond Domenech, técnico da França
Foto: Agências internacionais Ampliar Criticado pelo futebol do time, Domenech também não faz jus ao prestígio da moda francesa
Pôxa, Domenech… justo o senhor, representante da França, o país mais celebrado como berço da moda mundial, aparecer assim, dando mancada? A mistura de casacão esportivo com look social pode funcionar (veja o exemplo do classudo Marcello Lippi, da Itália), mas não foi o caso. A opção por uma jaqueta imensa, em um tom totalmente diferente do resto do look, não deu certo. Melhor seria um casacão de lã, ou então uma alternativa mais contida, de náilon preto ou matelassê escuro. Para fazer bonito na Copa, Domenech deve dar uma lapidada no estilo. A França agradece.
Takeshi Okada, técnico do Japão
Foto: Agências internacionais Ampliar Técnico japonês não ousa, mas fica entre os mais bem-vestidos do mundo da bola
Da turma que prefere um traje social mesmo para ficar dando instruções dentro de um campo de futebol, Okada capricha na escolha. Vai de terno risca de giz, com barra italiana (essa viradinha pra fora), camisa azul, bem clássica, e, olhe só, gravata de bolinhas. Não há ousadia, mas as combinações são certeiras e garantem ao técnico japonês uma boa posição no ranking dos mais bem-vestidos da bola.
Vicente del Bosque, técnico da Espanha
Foto: Agências internacionais Ampliar Espanhol é mais uma prova que, se bem escolhido, casaco esportivo pode combinar com traje social
Mais uma vez, a opção de casaco esportivo com roupa social mostra que pode funcionar, se a jaqueta for bem escolhida. Claro que ninguém espera esse frio todo lá na África do Sul, e vamos ver quem é que vai sobreviver de terno e gravata por lá, mas Vicente Del Bosque fez uma boa escolha, ao mesclar seu look com calça social, camisa e gravata, com casacão de náilon escuro. Funcionou.
Resta saber como eles vão se comportar nos gramados da Copa 2010. Afinal, é sempre bom lembrar que elegância não combina com grosserias, brigas e destempero – ações típicas de treinadores, especialmente os de sangue quente.